quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

RELATÓRIO DE NOVEMBRO

RELATORIO VI - GESTAR II

O texto a seguir abrange os encontros realizados na comunidade de aprendizagem, chamado GESTAR II, de Lajeado-RS, os quais abordaram as oficinas do TP6(retomada) e do TP1.
GESTAR II
LAJEADO – RS

PAUTAS:
26/10/2009
1º momento: ACOLHIDA
• Conversa Informal
2º momento: FILME: NARRADORES DE JAVÉ
3º momento: ANÁLISE DO FILME

09/11/2009
1º momento: ACOLHIDA
Mensagem: “O Gladiador”
2º momento: OFICINA
TP6: Retomada do tópico revisão e edição de textos;
Filme Narradores de Javé - considerações finais sobre o filme;
Relato e reflexão das práticas – TP1;
Avaliação da Oficina;
Preparação para os próximos estudos.
3º momento: OUTROS

16/11/2009
1º momento: ACOLHIDA
• Visita a Sala Ambiente de Língua Portuguesa, da colega cursista Anelise, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo André
2º momento: FILME: O LEITOR
3º momento: ANÁLISE DO FILME

Nosso encontro de vinte e seis de outubro foi bem diferente. Iniciamos com uma conversa informal sobre as atividades do GESTAR, sendo que a professora cursista Marli apresentou seu portfólio escrito, todas estávamos curiosas e juntas analisamos o trabalho, quanto aos aspectos de organização, seleção de atividades, comprovantes de alunos, entre outros. O legal foram os comentários que iam sendo feito pelo grupo durante a análise, quanto ao como cada uma estava organizando seu trabalho, a caminhada rica que foi realizada pelo professor como cursista, como professor e como mediador junto aos seus alunos, e conseqüentemente íamos comprovando os princípios norteadores do portfólio: construção autonomia, reflexão, auto avaliação, criatividade, parceria, comunicação e processualidade. Chegamos a refletir sobre a necessidade de tornar este instrumento de avaliação parte de nossa prática pedagógica, constituindo-se desta forma um desafio, pois significa mudanças de concepções quanto à avaliação, terreno no qual apesar de tantos, estudos e publicações, é sempre complicado mexer, devido às práticas tão enraizadas e tradicionais da maioria dos professores.
Em seguida, assistimos ao filme Narradores de Javé, momento que todas aguardavam com expectativas, pois além da divulgação feita por mim como professora formadora, uma professora cursista que havia assistido ao filme, num Seminário de Educação, em maio deste ano, teceu comentários favoráveis ao enredo. No momento da análise, que foi feita de forma oral e coletiva, abordamos os aspectos relacionados ao contexto do filme, quanto ao papel e função do escriba, traços de oralidade da comunidade e relação com a escrita, práticas de letramento e de alfabetização, função social da escrita. O que provocou uma reflexão do grupo, considerada por mim muito positiva quanto a nossa prática, foi ao analisarmos o nosso papel de escriba e quando o realizamos. Concluímos que isso quase não ocorre. Comunicamo-nos pouco, por escrito, com os alunos e estes não nos vêem como escribas, já que raríssimas vezes, escrevemos textos para que sejam lidos por eles, nem mesmo os textos, que solicitamos que os alunos escrevam. Lógico, que não é preciso fazê-lo sempre, mas perdemos várias oportunidades de produzirmos textos juntamente com nossos alunos, que além de ser um momento rico de aprendizagem, também é uma forma de nos aproximarmos deles, estreitando nossos laços de afetividade. No âmbito da escola, quanto à prática pedagógica também, não somos escribas assíduos, já que poucas vezes escrevemos sobre nossa prática, ou então, nossas concepções de avaliação também nos impedem de fazê-lo. Quanto a isso relatei a prática da minha escola: escrevemos diagnósticos individuais dos alunos, a partir dos quais construímos nosso programa de trabalho trimestral; no final de cada trimestre escrevemos relatórios de avaliação individual dos alunos, os quais também contemplam o trabalho realizado em cada disciplina; realizamos a avaliação de nossa prática pedagógica de forma escrita, além de construirmos projetos de aprendizagem, conforme interesses e necessidades dos alunos que também são escritos. Toda esta produção é socializada em reuniões pedagógicas, reuniões de turma e arquivada nos dossiês dos alunos ou pastas específicas, conforme o objetivo. Comentamos que nem todos professores são a favor de tais práticas, pois exigem muito trabalho, mas que comprovam concepções que temos e nas quais acreditamos. Como professores da rede municipal de Lajeado, temos várias oportunidades de exercermos o papel de escriba, entre elas produzir textos para a Revista Pedagógica Interfaces e o jornal Cliques, mas nem sempre fazemos uso deste espaço. Desta forma o filme nos provocou: precisamos, como professores escrever mais, exercer com mais freqüência o papel de escriba. O GESTAR II está a nos proporcionar também esta oportunidade com a exigência do Potfólio, instrumento valioso de reflexão e avaliação.

O encontro do dia nove de novembro iniciou com a leitura da imagem constante na pauta (um relógio): estamos na reta final de mais um ano, de um curso de formação, e nos parece que o tempo não é o suficiente para realizarmos tudo a que nos propomos, tudo que precisamos e tudo que desejamos. Em seguida assistimos ao vídeo O Gladiador, que dentre as várias mensagens, destacamos “é preciso trabalhar muito, superar obstáculos, perseverar, insistir, ter agilidade, força e determinação para podermos alcançar o almejado, sendo que é uma sensação agradável chegar ao fim de uma etapa com a consciência do dever cumprido, com o orgulho de termos vencido e sermos reconhecidos por nossos colegas”. Relacionamos também com nossa caminhada, no GESTAR, algumas colegas não permaneceram no grupo por diferentes motivos: licença gestante, licença saúde, dificuldades de conciliar o trabalho com a formação, entre outros, enfim todos temos nossas razões e nossa maneira de viver, encarando de diferentes formas os desafios que a vida nos proporciona.
Retomamos a Unidade 23 do TP6, através da leitura do texto Hora de Aperfeiçoar, da Revista NOVA ESCOLA, de outubro 2009, e do relato da colega Lonice de uma das atividades desta Unidade, colocada em prática com seus alunos. A partir do relato comprovamos minha hipótese de que o processo de revisão feito com a participação dos alunos e de diferentes formas(individual, em duplas e coletiva) é um caminho a ser trilhado, pois nossos alunos estão acostumados a escrever para o professor, que é o responsável pela revisão. A professora cursista relatou que os alunos adoram corrigir o texto do colega, mas apresentam certa resistência em aceitar as observações dos colegas, apesar do trabalho de preparação realizado por ela. O texto a seguir foi retirado do relatório da professora cursista: “Concluímos que nós, professores de Língua Portuguesa principalmente, e também os de outras áreas, precisamos trabalhar com nossos alunos o planejamento e a revisão da escrita diariamente. Sobre a legenda que foi usada na aula do relato, concluímos que é longa demais, são muitos itens ao mesmo tempo para revisar, e que é necessário criar com os alunos uma legenda. Comentamos também que o nosso aluno não tem o hábito de fazer um rascunho do texto, e que dificilmente relê o que escreveu, tanto que muitas vezes quando é solicitada a leitura do próprio texto, ele tem dificuldades de entender e transmitir o que escreveu. Também lembramos que a revisão da escrita precisa começar nos anos iniciais para que o aluno ao chegar aos anos finais do Ensino Fundamental já tenha essa caminhada e possa aperfeiçoar sempre mais a escrita”.
Como no encontro anterior, assistimos o filme Narradores de Javé, e duas cursistas estiveram ausentes, realizamos uma atividade em grupo, no qual foi escolhido o escriba e o relator, e a tarefa era retomar o filme e a análise feita no último encontro, para que as alunas ausentes pudessem se inteirar do assunto. O objetivo da atividade foi alcançado, pois uma das cursistas avaliou da seguinte forma: “Foi um momento muito interessante, pois tomei conhecimento do conteúdo do filme, ficando ainda mais curiosa para assisti-lo.”
Quanto ao TP1, nos detemos a comentar aspectos teóricos trazidos nas Unidades 1 e 2, quanto à relação língua e cultura, identificação de dialetos e registros do Português, caracterização da norma padrão, da linguagem literária e da língua oral e escrita. Assistimos aos vídeos, repassados pelo professor Maurício, no último encontro em Porto Alegre, que enfocavam a variação lingüística, que segundo uma professora cursista “doíam aos ouvidos, mas muito interessantes para refletirmos sobre esta variação”.
O encontro encerrou-se com as combinações quanto à próxima oficina e a avaliação desta, descrita nos tópicos anteriores.

Nosso encontro do dia 16 de novembro iniciou com a visita a Sala Ambiente de Língua Portuguesa, da colega cursista Anelise, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo André. Ficamos todas admiradas com o que vimos: mini biblioteca, produções escritas variadas de alunos e escritores de renome, espaço para curiosidades, mensagens, textos de ilusão de óptica, pensamentos, lembretes quanto às questões ortográficas, entre outras maravilhas. Saímos com o desejo de levarmos e tornarmos realidade esta idéia em nossas escolas também.
Após a visita assistimos ao filme O LEITOR. No momento da análise, que foi feita de forma oral e coletiva, abordamos os aspectos relacionados ao contexto do filme, quanto à coerência entre o enredo e título; à mensagem do filme; ao protagonista; a questão da cultura letrada; ao valor do registro escrito, a relação do conhecimento e tomada de atitude; entre outros aspectos. Retomaremos essa discussão no próximo encontro.
Como formadora concluo este relatório, avaliando de forma positiva os encontros, já que estes continuam proporcionando reflexão, troca de experiências, conhecimento, crescimento pessoal e profissional.
Lajeado, 20 de novembro de 2009.

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